Centro-Oeste

Expedições

Nestes últimos anos temos descoberto mais de uma dezenas de novas espécies de plantas, particularmente de palmeiras, nos cerrados do Centro-Oeste do país.

No processo de descrição das novas espécies, muitas vezes é necessário rever as populações para levantar novos dados que não foram possíveis em visitas anteriores, porque as plantas ou estavam estéreis, ou só havia flores ou só frutos. A presente viagem teve esse objetivo principal, porém sempre de olhos atentos para procurar outras plantas, antes que todo este bioma seja destruído, o que é apenas uma questão de tempo (foto 1).

A viagem tomou inicialmente o rumo oeste para o Mato Grosso do Sul a partir de nossa sede (Nova Odessa) situada na parte leste do estado de São Paulo. Ainda no centro do estado fomos rever uma das ultimas populações de Syagrus loefgrenii, uma palmeirinha cespitosa de menos de 70 cm de altura e conhecida por poucas pessoas – encontra-se cultivada apenas no Jardim Botânico Plantarum (foto 2).

Adentrando no estado de Mato Grosso do Sul logo nos deparamos com uma espécie nova de Syagrusdescoberta há cerca de dois anos, cuja descrição está em processo final de publicação; é considerada a menor palmeira conhecida (foto 3).

Na mesma região encontramos outra espécie de Syagrus, porém cespitosa, de mais de 1 m de altura e formando grandes touceiras. É encontrada em direção ao sul do estado até a fronteira com o Paraguai e aparentemente relacionada com Syagrus petraea; para estudá-la melhor resolvemos segui-la até Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, onde seu porte é menor. Sempre de olhos atentos, acabamos reencontrando, depois de mais de 100 anos, a espécie Astrocaryum pygmaeum (foto 4). Aproveitamos para rever nesta região a última população conhecida de Syagrus lilliputiana em território brasileiro, agora com pouco mais de 30 plantas remanescentes; os únicos exemplares cultivados estão no Jardim Botânico Plantarum.

Voltando agora e tomando rumo norte para Mato Grosso, fomos presenteados com a maior descoberta dos últimos anos: uma palmeira de 3,5 cm de altura, de folhas azuladas do gêneroAcrocomia ou Acanthococos. Para alguns estudiosos de palmeiras só existe uma única espécie conhecida no mundo em cada um destes gêneros (nós particularmente consideramos três espécies deAcrocomia e uma de Acanthococos) (foto 5).

Seguindo agora o rumo leste a partir de Primavera do Leste – MT, a cidade que mais cresce no país, logo nos deparamos com outra espécie nova de Syagrus descoberta há cerca de 4 anos e também em fase de publicação de sua descrição. Trata-se de uma palmeirinha acaule de menos de 50 cm de altura com inflorescência em espiga.

Agora já no oeste de Goiás tivemos o prazer de visitar o colecionador de palmeiras após visitar sua grande coleção fomos ver uma população gigante de Bactris glaucescens, na minha opinião uma das mais lindas espécies do gênero (foto 6).

Já no fim da viagem e ainda no oeste de Goiás reencontramos a palmeira Astrocaryum echinatum, considerada até então já desaparecida.

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